sábado, 9 de junho de 2007

Culpa (sexo etc e tal)

Falar sobre isso é necessário. A culpa se alimenta de signos lingüísticos e de seus sons. E cada um deles, limitados, parecem milhos de pipoca jogados às pombas.

Antes da fala, os passos, os balbucios, a própria existência. Assim a culpa se perfaz na interrupção de outras existências. Nascer é culpa.

Não quero eu que os meus morram antes de mim. Talvez a morte, culpa mais pesada que a existência. Como carregarei o fardo: morte em vida?

Aqui, uns escritos soltos: mal pensados e rasos, como a literatura nova toda. Não nasci para aperfeiçoar-me. A cada passo meu, o peso na consciência pelo anterior. Pra frente: cada vez mais pesado, lento, quase derradeiro.

Cada dia uma letra. Uma sensação diferente. Uma vontade. Um desalento. Uma sede. Hoje a da contenção: letra reprimida. Autorizo apenas o especialista a contornar essas vagas reminiscências com palavras vivas: Literatura.

Sem a culpa. Sem mea. Depois da minha morte.