sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Lúcia, coincidência

Lúcia, a Lucíola, de um país do oeste.
Beleza, sutileza, juventude, frescor. Como juntar todas essas palavras em uma só? Como formar a poesia? Se ela vem, pronta, em forma de movimentos graciosos, femininos; em forma de segredo nos olhos pequenos e redondos? Quem colocou esse sorriso contido, se a alma toda explode em delírios de riso?

Parece que na taça, o vinho em minha frente, uns fios de cabelo se movimentam, tão finos e ondulados, o paradoxo da graça.

Uma moça sorri, no auge dos seus vinte anos, num salão enorme, com pessoas-estátua; tudo se congela, para que a dançarina se movimente, como se bela se soubesse. Vê-se em seus olhos: sabe-se mesmo e é só, com seus movimentos perfeitos, a eslava no movimento latino-salsa.

Amor etéreo e secreto por uma ninfa, vindo de uma quase-não-mais-ninfa. Secreto até pra mim, o corpo ainda se cala, não ouviu. A alma sim, se debate, num crescendo contínuo.

Tua alma cigana, Lucíola, eu a amo; de alma cigana para alma cigana...